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O amor e a solidão em Her

Desde pequenos tememos a solidão, o que é justo visto que, na maioria dos casos, a fase de crescimento é rodeada de pessoas importantes, sejam familiares ou amigos. Deve ser difícil lembrar momentos que nos moldaram na vida que não esteja com pessoas queridas compartilhando um sentimento. Mas atualmente nos tornamos cada vez mais sós, talvez as conversas interpessoais apenas por WhatsApp e as redes sociais desempenhem um papel nisso, mas não culpe seu celular pelos seus meses sem ver seus amigos ou parentes.



A solidão que às vezes nos condicionamos é uma coisa pessoal e não culpa tecnológica. E nesse raciocínio, Ela, filme de Spike Jonze, não vem apenas problematizar nossa relação com a tecnologia, mas sim também nos mostrar a história de um homem solitário, solidão esta que tanto o machucou que lhe tornou sensível e confuso quanto a relações.

Theodore é um retrato do homem contemporâneo. Que em sua maioria ainda quer um par, ser emocionalmente dependente, mas que em contra partida, é cada vez mais exigente no que diz respeito a relações. A perfeição romântica que nos é bombardeada diariamente pela publicidade e pelas “vidas perfeitas de rede social” vão transformando a busca pelo amor em uma espécie de caçada a fonte da juventude. Uma obsessão que nos faz depositar em terceiros todas as nossas expectativas, e principalmente os nossos medos, não estou dizendo que o amor não exista, ele é o sentimento mais lindo, só estou dizendo que nunca é o que nos é mostrado, por isso estes tais “relacionamentos perfeitos de rede social” costumam durar menos do que a quantidade de likes.

As pessoas querem amar, mas não se dispõem a encontrar o amor. Pois o amor não é rápido como uma mensagem no whatsapp, isso é paixão, o amor é algo que dura e é construído rotineiramente, e por ele, certas convenções da vida precisam ser deixadas de lado, a pergunta é se vale a pena, e você precisa encontrar a sua resposta, todas elas são validas mas o problema é enganar a si mesmo. Por isso se relacionar é um problema.



Samantha é a personificação desses “relacionamentos perfeitos de rede social”. Um sistema operacional pronto para receber comandos, afinal foi pré-programada para isso. E não ache que a personagem que Scarlett Johansson deu voz é tão irreal assim de nós. Saindo um pouco do verdadeiro enfoque do filme, note como ela nasce para Theodore como uma caixa vazia, onde o protagonista poderá guardar ali tudo que lhe é conveniente. Assim, Samantha será o que Theodore deixar ela ser. Será aquilo que ele tem para si como ideal. Quantos relacionamentos abusivos são construídos assim?

Porém quando descobre sua liberdade, Samantha, apesar de ser uma inteligência artificial (que vão dominar o mundo caso não saiba) não passa a controlar o mundo, mas sim si mesma. Samantha percebe que pode mais, e mesmo amando Theodore ela percebe que não precisa mais estar ali.

E agora temos uma boa comparação, enquanto Samantha se expande, Theodore se retrai. Ela encontra outras inteligências artificiais iguais a ela e parte em uma busca por conhecimento, Theodore é o homem frustrado em busca de tudo, mas desde que esse tudo seja precisamente o que ele tem como certo, a perfeição, mas ela não existe. Her é um filme de uma mensagem simples sobre relacionamentos, mas principalmente sobre solidão. Antes de conhecer o universo é preciso olhar para dentro de si.

Conhecer a si mesmo é aceitar onde estão os erros, as falhas. Não se arruma um ser humano ou constrói o amor do dia pra noite, mas o erro é negar que estes erros e falhas existam. Theodore só poderá existir com alguém quando resolver a própria existência. Para encontrá-la, é preciso se encontrar.

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