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Máquinas Mortais é uma distopia adolescente fora de época

Maquinas Mortais é o novo filme dos produtores de Senhor dos Anéis, tendo como principal produtor o próprio Peter Jackson e dirigido pelo estreante Christian Rivers, que auxiliou PJ na direção da trilogia Hobbit. O filme tem potencial principalmente pelo visual estimulante, steampunk puro e feito de um jeito bastante sútil mas que bem incorpora o universo. Mas a verdade é que nem metade deste potencial foi alcançado.


O filme se passa num futuro daqui a um milênio, e este distanciamento é muito bem explorado com a proposta absurda de que as cidades da Europa viraram automóveis gigantes que se engolem para roubar recursos umas das outras - ah, o imperialismo britânico, há coisas que nunca mudam -, e um conceito tão mirabolante (no visual steampunk que comentei) merecia um épico de 3 horas explorando minúcias daquela sociedade. Eu queria entender como a cultura foi moldada por este estilo de vida em rodas. Qual o novo pão e circo? Saber mais sobre como aquela sociedade vê a história, o nosso tempo, ou até mesmo conhecer melhor os rebeldes, qualquer aprofundação.

Eu quero as entranhas daquele mundo, e só me foi apresentada a casca.

Às vezes o excesso de informação acaba prejudicando uma obra, como acontece com alguns filmes do Nolan, mas no caso de Maquinas Mortais a falta de informação acaba deixando o filme vago, e o que poderia ser um épico magistral acaba se tornando mais um filme adolescente... E aqui encontramos o maior problema da obra: seus personagens.

E não quero dizer que os personagens são ruins por serem de um típico filme adolescente, Jogos Vorazes ou Harry Potter seriam provas contrárias deste argumento, eis o problema: o protagonista masculino, Tom, tem um dilema ao maior estilo Finn, porém ele nunca parece se importar com estar traindo a cidade antiga dele até o momento que é conveniente para o roteiro mostrar ele se importando, tirando qualquer peso dramático que essa curva, se fosse feita, poderia ter. Quanto a feminina, Hester, ela tinha tudo para ser uma protagonista estilosa e marcante ao estilo Furiosa, mas os roteiristas (ah, PJ e Philippa Boyens) introduziram o romance entre os protagonista do jeito mais idiota e preguiçoso possível para a personagem, eles fragilizam Hester para que Tom, um Zé Ninguém, conseguir protegê-la. E, vamos ser sincero, esse romance nem deveria existir.

Na verdade, todos os personagens são tratados de jeito esdrúxulo, alguns deles, como o operário, nem tem um final, só serve de desculpa no roteiro para personagem ir de local A para local B! É bizarro como a ~ filha rebelde ~ não tem função nenhuma na trama mas aparece protagonizando várias cenas. Por fim, Máquinas Mortais poderia ter sido um épico marcante mas o roteiro preguiçoso na construção de mundo e os personagens óbvios e vagos não ajudaram. Uma pena.

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