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Maratona: Nicolas Winding Refn (Drive, Demônio Neon, Só Deus Perdoa)


Existem bandas de rock com características marcantes que se repetem em toda a discografia. Como o AC/DC, foi criado um padrão, uma fórmula, que continua existindo em toda obra. No caso do cinema, existem alguns casos parecidos: como o do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn, sua assinatura de ritmo lento, cores vibrantes e poucos diálogos com uma história intensa permeada por personagens quebrados já o consagrou em seus últimos 3 filmes lançados, e aqui vou apresentá-los para que você assista e conheça um dos contadores de história mais promissores da nova geração de cineastas.

Drive:

Enquanto os diretores de noir originais (nos anos 50 um grupo de cineastas criou os principais elementos do gênero - heróis pensativos, vilões loucos por armas, damas desesperadas) se esforçavam para mascarar a beleza ensolarada de seus arredores, Nicolas faz o oposto - e os trouxe para a luz (literalmente o sol californiano), tornando o noir simultaneamente mais brilhante, mais vívido e, paradoxalmente, muito mais frio. Ryan Gosling interpreta o motorista não identificado, um mecânico e fugitivo ocasional cuja vida é derrubada quando ele conhece uma mãe em conflito com o marido.

Este é um filme baseado na familiaridade cinematográfica com o gênero noir e o choque quando opostos as convenções do estilo são usados, em termos de narrativa e visual: flash de luzes de neon, guinchos de pneus de borracha, (filhotes?) ​​- ah, não cabe aqui mas preciso citar Bryan Cranston encontrando emocionalmente como faria as ultimas temporadas de Breaking Bad durante as gravações de seu personagem em Drive -.

Com leveza temática e peso dramático (vai entender...) "Drive" nunca é chato como aparenta ser, essa 'chatisse de enredo' é uma desculpa para evocar os arquétipos da antiga Hollywood: é inteiramente bem-vindo em como material antigo, uma versão superficialmente eletrônica e aprimorada de um amado padrão. Claro, é superficial, mas também é muito atraente por seu visual intenso e hipnotizante que se tornaria a marca registrada do diretor a partir daqui, até agora sem muito exagero no Neon, mas com um controle de luz numa atmosfera brilhante invejável.


Só Deus Perdoa:

Depois do sucesso de Drive a parceria com o ator Ryan Gosling se repete, dois anos depois, neste Só Deus Perdoa. Refn, também autor do roteiro, nos leva a Bongkok, na Tailândia, onde Gosling vive refugiado há dez anos por ter matado um policial em seu país. Ele trafica drogas usando um clube de boxe como fachada. As coisas mudam quando seu irmão Billy é assassinado. Entra em cena a assustadora mãe deles, disposta a vingar a morte do filho caçula. Só Deus Perdoa é uma sombra do filme anterior (Drive). Talvez pelo fato de ter Gosling à frente do elenco, em um roteiro com poucos diálogos, violento e com um visual estilizado a sensação de uma fórmula sendo criada existe - se isso é negativo ou não você quem decide -, importante é que o filme é bom e funciona sozinho, sendo, além de tudo, uma boa história sobre vingança e relacionamento materno.


Demônio Neon:

Lindo, previsível, insípido, glamorizado, um pouco chato. Você poderia dizer todas essas coisas sobre o mundo da moda, então talvez seja certo que um filme que tenta recriar a essência desse mundo de uma forma hiper-estilizada pareça exatamente o mesmo. Refn sendo Refn - imagens bonitas neon, muitas vezes hipnotizantes - ele vai muito além de apenas adotar o visual de fotos de moda para um filme inteiro (embora você provavelmente pudesse encontrar imagens de revistas para combinar com vários frames perturbadores do longa). Esta é também uma história com narcisismo sedento de sangue, canibalismo e necrofilia. Há cenas de um modelo sendo forçado a engolir uma faca e uma maquiadora fazendo sexo com um cadáver. Você não vê isso nos anúncio da Dior da vida, mas não parece tão longe da futilidade que essas modelos são obrigadas a passar.


O "demônio" do título também é literal, e nos dá a melhor sequência do filme: um símbolo de aparência ocultista, possui o caráter da protagonista interpretada por Elle Fanning em um ponto em que sua inocência se transforma em amor-próprio, dando início ao pesado clímax. Apesar de toda a sua magia visual é difícil suportar algumas das longas cenas de quase silêncio do filme, com apenas trechos de diálogos (forçados) e infinitas interações ponderosas e repetitivas entre as modelos. Não é divertido, e o que tem a dizer sobre moda já foi dito mil vezes antes. Mas há uma encantadora estranheza na visão de Refn que não pode ser negada, e Fanning faz um trabalho especialmente bom em retratar a inocência perdida na barriga da fera da moda.

Este entrou na nossa lista de filmes para ver no Halloween.

Um comentário:

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