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O verdadeiro julgamento de Alias Grace

Dividida em apenas 6 consistentes episódios, a irmã mais feia das obras inspiradas por Margaret Atwood (já que esta também escreveu Handmaids Tale), Alias Grace, tem muito a oferecer, sendo de longe uma das melhores opções na Netflix para quem quer algo que, embora rápido, honre com qualidade o seu tempo.



A história real de Grace Marks: uma jovem irlandesa de classe média-baixa que decide tentar a vida no Canadá. Contratada para trabalhar como empregada doméstica na casa de Thomas Kinnear, ela é condenada à prisão perpétua pela participação no assassinato brutal do seu patrão e da governanta da casa, Nancy Montgomery, em 1843. Passados 16 anos desde o encarceramento e internação da imigrante em um manicômio, o psiquiatra Simon Jordan, contratado por um grupo de pessoas que anseiam pelo perdão de Grace, fará de tudo em sessões de terapia para que ela recupere suas memórias, revelando se houve de fato culpa sua nos crimes.


É claro que se Grace é ou não culpada não importa, é a jornada desta sociedade burguesa e patriarcal que realmente fazem os episódios da série valerem: um mundo da perspectiva de umA imigrante pobre. E não só em Grace, a série conta com o estudo de diversas personagens femininas para entender como os estigmas e arquétipos atribuídos às mulheres na época reverberaram até hoje, numa critica social feminista que conecta Alias mais um pouco a Handmaids.


Inclusive, é a própria existência deste arquétipo feminino que torna o julgamento, tal para Simon quanto para o telespectador, tão complexo. Posto que passamos os episódios, particularmente os 3 últimos, nos perguntando se é realmente possível uma mulher submetida a tanta dor e sofrimento ter aquele comportamento recatado e do lar que Grace tem nas sessões com Simon. Inclusive isto é uma duvida dos próprios historiadores do caso apropriada pela autora Margaret para tornar a história ainda mais potente.

No fim, só o que temos certeza é como aquela sociedade quebrou e moldou a psique perturbada da personagem, tal qual como as três mulheres de sua vida, sua mãe, sua melhorar amiga e sua patroa criaram o que ela se tornou. E é bonito, no final, ver que a cocha que ela passou a série inteira bordando se tornar um pássaro decolando voo, com partes da roupa destas companheiras, representando a liberdade que Grace agora atingira.

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