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Corra! e o polêmico pós-terror

Sinopse oficial: Um jovem fotógrafo descobre um segredo sombrio quando conhece os pais aparentemente amigáveis da sua namorada.

Jordan Peele é o primeiro diretor negro a quebrar a barreira de 100 milhões de dólares em sua estreia, fato ainda mais impressionante alinhado ao sucesso com a critica de sua recente obra, Corra!, Jordan é um comediante que se desafiou contra a zona de conforto ao dirigir um horror, mas não apenas isso: um que flerte com problemáticas racistas e que consiga trazer um debate relevante pós-sessão, e ele conseguiu, segundo o mesmo existe "uma alegria diabólica em colocar algo tão politicamente incorreto no mainstream". 



E é curioso como vemos em vários casos obras culturais representando o preconceito real em metáforas, como os X-Men ou os Trouxas de Harry Potter, e a falta de pudor de Get Out ao esfregar essa mensagem na sua cara é louvável, aqui não existe enrolação, os vilões são finalmente, de fato, os brancos: a família de Rose é - na primeira impressão, claro - uma caricaturada família americana branca média, e o racismo está tão difundido que achamos a preocupação de Chris natural mesmo devendo ser, por si só, chocante.

O homem branco deslumbrado com outas culturas, que coleciona souvenirs de suas viagens a países de terceiro mundo, e está sempre muito “triste com tudo que está acontecendo”. Preocupação expressa entre um copo ou outro de vinho. É aí que Get Out se mostra um filme inteligente. Ele trabalha com essa tensão que não é fisicamente evidente, nem é posta de maneira verbalizada. Chris sente que não é bem vindo e que existe algo de muito errado. Até que não exista mais meia conversa ou insinuações: é um homem negro lutando diretamente contra o racismo.

Outro agravante que ajudou nessa disseminada de Corra! é que ele veio acompanhado de um debate sobre o que se tornou o gênero"terror", nas última década o terror estava perdendo força, recebendo cada vez menos títulos realmente significativos, mas em 2015/2016/2017 voltou com tudo, e nessa nasceu o pós-terror, alcunha dada por um colunista do The Guardian, Steve Rose, quando se referiu a filmes de terror relevantes que não usam os famosos "jump scares" ou "aparições barulhentas" para sustentarem seu horror, para serem aterrorizantes (How post-horror movies are taking over cinema). Claro que a indústria reagiu e vários profissionais da área foram totalmente contra o termo, alegando que esse tipo de terror é feito desde... o surgimento do terror, basicamente.

Personal Shopper, mother!, Corra!, Demônio Neon, Fragmentado, Ao Cair da Noite, A Bruxa, A Ghost Story e outros, assistam o vídeo do Entre Planos para entender o assunto:

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