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O episódio perfeito de Friends

É normal na maioria das sitcons seu ápice rodear entre a terceira e quinta temporada e a partir dai acontecer um declínio. Afinal a alma delas são seus personagens, e quando se trata de uma decente, estes são bons, no inicio conhecemos os protagonistas da história - ainda flertamos com Elaine ou tentamos entender a origem de Barney - e costuma ser nessa fase introdutória que a comédia de situação brilha.


Como no belo caso de Friends, embora a primeira temporada inteira soe como um grande episódio piloto o esforço de David Crane e Marta Kauffman para criar personagens interessantes e emblemáticos é notável. Diferente de How I Met Your Mother, Friends costuma priorizar contar uma boa piada a criar um bom grande arco coeso e verossímil, pelo menos com personagens como Chandler, Phoebey e Joey, que o passado costuma flutuar muito entre verdades e ganchos malucos para - ótimas - piadas (eu sei que o próprio Barney de HIMYM também é um caso desses, mas como as histórias dele costumam ser mentiras e ele é uma critica a um arquétipo talvez valha desconsiderar). De qualquer modo: desde o inicio houve a preocupação para que isso não acontecesse com Ross e Rachel.

O arco dos dois nas três primeiras temporadas, e principalmente como eles se entrelaçam, é muito consciente. A tentativa da Rachel em achar um amor maior que uma conta bancária e a paixão platônica de Ross por ela desde sempre são plenamente compreensíveis e nos fazem torcer por eles, e eles ficam juntos. Mas o amor tem dessas, os dois que tanto se amavam não ficaram juntos graças ao péssimo momento para começar uma relação. Rachel estava ocupada com o trabalho e não conseguia se investir emocionalmente, enquanto Ross, possessivo e carente com só ele, não conseguiu aceitar.



E isso nos leva a The One With the Morning After (Aquele da Manhã Seguinte), S03E16. Dirigido por James Burrows (o cara que dirigiu o piloto de The Big Bang Theory) e escrito pelo casal de criadores já citado. O episódio começa separando Ross e Rachel na sala e prendendo os outros amigos no quarto ao lado. A partir dai seguindo uma constância de alivio-tensão, em que nos preocupamos com o futuro do casal mais amado dos anos 90 na sala enquanto rimos com os debates entre os colegas sobre seus amigos e o quão comestível pode ser uma cera de depilação, risadas estas nervosas que mais nos aproxima dos acontecimentos em tela. 

Colocar a maioria dos amigos presos num cômodo por 20 minutos já é suficientemente corajoso como próprio estudo de personagem que deverá ser feito, conseguir manter os dois ambientes igualmente interessantes e manter um ritmo constante (já que em momento algum nos dispersamos) é uma tarefa notável. E foram essas impressionantes sequências de risadas com a dramática e envolvente briga de casal que criaram o que é, para mim, um perfeito episódio de sitcon, o melhor da série, diga-se de passagem.

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