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Por que Choque de Cultura é tão bom?

No ano passado os excelentes atores/roteiristas do canal TV Quase (também roteiristas do desenho brasileiro Irmão do Jorel e do talk show Lady Night, inclusive) fizeram um novo programa de nome Choque de Cultura em parceria ao Omelete, e com uma recepção humilde a segunda temporada fora confirmada, mas o programa neste meio tempo crescera tanto no consciente de seu público que agora, em uma segunda temporada, os videos batem milhões de visualizações, mas por que é tão bom?


Choque de Cultura - como bom programa de YouTube - não tem muito em que se apoiar, não existe um grande nível de produção ou variação de cenário, apenas duas coisas sustentam os vídeos: as atuações e o texto. Quanto as atuações comenta-se brevemente, elas não são complexas ou repletas de nuances, são arquétipos que nós como brasileiros conhecemos, vemos no dia-a-dia em filas do banco ou botecos de esquina, a interpretação caricata é proposital, já essa interpretação teatral (ao velho estilo Chaves ou Escolinha) é justamente o ideal para produções satíricas. Mas não digo como se fosse fácil, mostrar quatro faces do mesmo estereótipo - caminhoneiro - e distanciá-las a ponto do público saber as características únicas de cada personagem é uma tarefa louvável. Abaixo o piloto:



Ao texto estendo-me mais, a comédia na tv sempre foi um gênero mais voltado ao proletário, e com isso é natural que ela tenha crescido como uma espécie de "paródia" da alta cultura, e isso que Choque de Cultura é, uma grande piada com discussões sobre um filme do Kubrick ou do Harry Potter (sem Harry Potter), chamamos de cultura pop quando o "popular" aqui no brasil é tão longe disso, e é irônico que num canal que discute se o Flash é ou não mais rápido que o Superman mostrar esse desprendimento, mas é assim que os "populares" vão receber esse tipo de cinema, não é como se o brasileiro médio vá se importar com a fidelidade aos quadrinhos quando Vingadores passa na Sessão da Tarde.

O que quero dizer com "paródia da alta cultura":



Escolinha do Professor Raimundo; um cenário, personagens caricatos fazendo uma paródia de arquétipos, é a comédia brasileira antes de ser rendida a ótimos talk shows e péssimos stand ups, a inspiração nesse velho jeito de fazer comédia é clara, e Choque se destaca tanto por não existir mais esse formato atualmente, dando um toque de único. E embora a Globo queira nos convencer do contrário, um programa como o Escolinha não faz mais sentido em tempos modernos, rir do Seu Peru é antiquado, diferente do Renan falando que "hoje em dia é tudo computador", é o brasileiro médio recebendo essa nova cultura pop que ganhou tanta força na última década, e para nós frequentadores dessa internet, consumidores dessa cultura, definir Star Wars como o "Velozes e Furiosos do espaço" ou a discussão se Jesus é da Marvel ou DC é engraçado ao tempo que cria uma reflexão do quão seletiva essa cultura é.

E agora, com mais de 20 programas, passamos a conhecer mais profundamente os personagens e não poderia ser mais engraçado, vida longa ao Choque de Cultura e que Maurílio ainda use muito seu bordão (gargalho todas as vezes).

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