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A Ghost Story: um melancólico retrato da finitude da vida

Em uma passagem de A Ghost Story um personagem lança o seguinte pensamento: quando a humanidade encontrar seu fim e voltar a viver nas cavernas, se um único homem ainda cantarolar trechos da nona sinfonia de Beethoven, o compositor alemão, de certo modo, estará vivo. Seria isto uma espécie de imortalidade? Estaria a verdadeira imortalidade no legado? Se o tempo realmente é imutável, as nossas ações estarão sempre impressas no tempo, enquanto este existir.


Como ser imortal? Respondo esta: através do legado. E não me refiro a um legado envolvendo ações que marcaram a humanidade ou algo como a nona sinfonia de Beethoven, digo algo plausível para todos nós: passar coisas boas para aqueles perto de você, imprimir sua assinatura no tempo com coisas positivas ou até um filho com o seu DNA, e então assim, enquanto a humanidade existir, você estará lá, preso no tempo, por seu DNA ou por suas ações que num aspecto ajudou a formar essa grande teia de encontros e desencontros chamada vida.

A Ghost Story tem momentos de silêncio e contemplação. É isso que nos aguarda no pós-morte? Tornarmos-nos, metaforicamente, uma espécie de viajante do espaço-tempo? C. vê a vida de novo e de novo, sua esposa se muda, novos moradores, e tudo outra vez; está ali há tanto tempo que nem se recorda mais. Numa constante repetição de temas, de momentos, de sentimentos. Uma poderosa perspectiva da não superação de traumas, do luto, de se manter preso no passado mas que também diz muito sobre o que queremos deixar quando nos tornarmos lágrimas na chuva.

De Valhalla ao paraíso cristão, se a morte é uma certeza se torna ilógico se preocupar com ela. O que nos resta é nos esforçar para tentar tornar nossa breve passagem pela vida algo bom, que resulte num mundo com interferências positivas e assim nos tornando imortais, cada um à sua maneira.


Um comentário:

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