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Quando "orgulho nerd" se tornou desculpa para racismo


Recentemente, saiu o anúncio que a atriz Anna Diop, que é negra, viria a viver a exuberante alienígena Estelar (laranja inclusive) na nova série live action dos Jovens Titãs. Os fãs foram à loucura, no pior e melhor sentido da palavra. Até 20 anos atrás o próprio fato de existir uma série dos Jovens Titãs já seria motivo pra alegria, mas parece que essa reviravolta de "fanservices" e "feito pra fã" tem deixado o nerd mimado, e mesmo com aqueles que amaram a notícia teve quem usasse o famigerado “cânone” para destilar preconceito. Obviamente racismo disfarçado, se reclamar quanto a etnia do personagem não "respeitar os quadrinhos" como no caso de Dominó, em Deadpool 2, já é absurdo, reclamar que uma alienígena laranja será interpretado por uma negra só potencializa o que já era óbvio.



Uma expressão de arte só não pode se desvincular do que é humano, retratar algo essencialmente da humanidade, e com a cultura pop - leia-se popular; para todos - isso deveria ser elevado à máxima potência, não incluindo apenas você, mas a coleguinha nerd que é negra e nunca se viu representada ou o seu tio que apenas quer gastar algumas preciosas horas com super-heróis salvando o mundo. Obviamente uma obra tem um público alvo, mas o cerne da questão é a diversidade, que deveria estar presente em tudo.

Costumo ter uns lapsos de otimismo sobre como a cultura pop mudará o mundo, desde a década de 60 quando Star Trek mostrou o primeiro beijo interétnico no horário nobre da TV ou em 2015 quando o trio protagonista da nova trilogia Star Wars seria uma mulher, um negro e um latino, e realmente, se agora vivemos numa diversidade tão maior foi por que a cultura pop evoluiu junto com a sociedade, apesar de ter criado esse tal "orgulho nerd", às vezes tão desmotivador. A ponto de ler comentários de uma notícia sobre a nova Menina Super Poderosa negra te deixar frustado. Adultos - e digo possivelmente com filhos - discutindo sobre como as Meninas Super Poderosas sempre foram brancas e a ditadura do politicamente correto quer acabar com isso, pelo menos o mercado não está se moldando pra agradar esses babacas, e se eles continuarem assim cada vez menos e menos produtos da cultura pop serão acessíveis, até Star Wars ele já perdeu e vai ter que se moldar para conseguir de volta.



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Mas o que se vê é um show de horrores. As pessoas assistem séries, filmes, leem quadrinhos e mangas que falam sobre empatia, amor, solidariedade, respeito e não entendem absolutamente nada. Nada. Se gabam por saberem todos os mutantes de X-Men ou os cofins da mitologia de Harry Potter mas são os primeiros a comentar “não sou racista, mas…“. É inaceitável que esse tipo de coisa aconteça. Material para reflexão é o que não falta. Para pra pensar naquilo que você consome. Um minuto apenas é suficiente.

Não adianta dizer que, quando mais jovem, era zoado por gostar de super heróis e agora felizmente "virou moda" quando se faz um interrogatório toda vez que uma garota alega ser fã de Star Wars. Se você é daqueles que alega ter tido a infância destruída por mudarem a etnia do seu personagem eu só tenho uma sugestão: procure um médico.

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