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As metáforas de Miss Marvel: Nada Normal

Já faz um tempo que a cultura pop vem se atualizando para tempos com mais diversidade, enquanto filmes como Ghost in The Shell perdem bilheteria pelo White Whashing outros como Corra! se tornam os mais rentáveis do ano, o novo Rocky é negro, o novo Max é mulher e até Star Wars - a maior franquia de todos os tempos - só vem tendo protagonismo feminino, e é nesse contexto que em 2014 Marvel contrata a autora (também muçulmana) G. Willow Wilson para rebootar a Miss Marvel, e esta o faz com a cativante Kamala Khan, "a 'Peter Parker' do século XXI".


Desde o inicio Miss Marvel já mostra o discurso que incorporará em suas páginas. Uma visão de Kamala querendo comer carne de porco enquanto não pode, e vivendo nesse conflito entre a identidade de jovem americana ou respeitar suas raizes familiares do Oriente Médio. Segue os dogmas religiosos na sua Mesquita e volta correndo para casa terminar aquela fanfic de Vingadores, é nessa fusão cultural que a sua identidade já dubla tenta se encontrar, e isso é explorado numa sutileza notável já HQ não é pedinte, tem como vilão crocodilos gigantes ou uma cabeça de pomba, crossover com outros heróis mas num sub-texto belo e principalmente, identificável para uma parcela do público que não costuma ter isso.

Carol Danvers, a Miss Marvel original
Assim como os djins na mitologia árabe os Vingadores aparecem numa nuvem de poeira logo nas primeiras páginas, mostrando que Khan é fã de super heróis assim como quem a lê, a identificação é óbvia e só potencializada se houver uma concordância de etnias, nuvem e poeira também que lhe concede os poderes inumanos, o que para ela é super entusiasmador assim como para o leitor. Uma nerd que recebeu poderes, se traja de Miss Marvel em homenagem a Carol Danvers e sai combatendo o crime numa jornada do herói clássica, e aqui adiciona-se mais um elemento enriquecedor, o quadrinho também aborda certos temas de amadurecimento que todos nós passamos.

No colegial nossa heroína passa por alguns problemas bem comuns, sofre para passar de ano, quer ter uma vida amorosa, ser popular, se sente sobrecarregada por seus problemas ao mesmo tempo que adora perder um tempo com as coisas fúteis da vida, talvez o poder de crescer e diminuir se trate duma representação literal dos conflitantes pensamentos internos de Kamala, ainda mais quando a responsabilidade bate a porta (isso sem comentar a descoberta desses poderes de crescimento no banheiro, se sentindo esquisitíssima e com uma anomalia, coisa que algumas meninas podem se identificar). E esse é o ponto de Miss Marvel, além de uma história divertidíssima é facilmente identificável por qualquer um que já passou pela adolescência, e isso é representatividade. Não é uma cota: é um fato que agrega a história e faz várias americanas de origem muçulmana terem, de fato, uma personagem a se espelhar que não um homem branco.

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