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Animando a vida adulta

Desde o começo de nossas vidas, nos deparamos com o mundo do cinema, onde são introduzidos pelas primeiras vezes valores éticos e morais à uma criança, sejam estes relacionados a família ou amigos. A questão é que muitas vezes temos a ideia implantada em nossa mente de que animações são destinadas restritamente a crianças, com histórias fictícias e fantasiosas de animais, de contos de fadas, aventureiros, heróis e etc. Mas não se pode deixar de lado aquelas animações voltadas para um público mais adulto, que retratam o fabuloso mundo do cotidiano, dos problemas familiares, tecnologia, e até da vida, porém tudo de maneira singela e delicada.


Para não se deixar levar por ser uma mera animação, pode-se citar algumas, como a que concorreu ao Oscar de melhor animação neste ano, possuindo classificação indicativa de 14 anos, Anomalisa, dirigido por Charlie Kaufman, roteirista, dentre outros, Quero Ser John Malkovich e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, que explora principalmente os mistérios do cérebro. O filme se passa com o bem-sucedido Michael Stone, que aparentemente é um cara normal, com esposa e filho, trabalho, compromissos, mas, após um tempo, percebe-se a própria perturbação da mente, problemas mal resolvidos, lembranças de seu passado, e até mesmo por uma incompatibilidade social. Cada personagem com suas devidas peculiaridades, o fato interessante é que no elenco de dubladores possuem apenas 3 pessoas, e todas interpretadas por uma mesma pessoa, incluindo as vozes femininas, exceto sua esposa Lisa, que, aos olhos de Michael, é única em sua vida, e tal feito demostra seu encantamento por ela, o que explica o nome ao filme (Anomalia + Lisa). Lisa tem problemas para se relacionar com os outros, sendo tímida e insegura.
É fato que muitas das cenas são rotineiras, sem grandes acontecimentos, coisas simples do nosso cotidiano, como assistindo TV ou conversas entre família, mas tudo pensado para a construção do personagem, nada de maneira "gratuita".
Anomalisa é um filme simples, que nos faz pensar na vida que levamos, nas pessoas que nos cercam, no nosso passado, presente e futuro e que nos faz rir e chorar, enfim, a vida nua e crua.

Um dos filmes mais trabalhosos que o diretor Wes Anderson já produziu, foi sem dúvida O Fantástico Sr Raposo, uma animação produzida em stop motion, no caso desse filme, foram necessárias 24 horas para produzir apenas 30 segundos de animação, já que cada segundo foi composto por 24 imagens. O filme trata-se de um pai, que tem problemas para abandonar sua carreira de bandido e por isso rouba as aves dos fazendeiros ao lado, um pai, cuja esposa lhe cobra mais em relação a presença em casa e na atenção aos seus filho. A trama da história roda principalmente nesta questão de relacionamento entre pai e filho, a pequena raposa, Ash, possui problemas para se relacionar, apesar de estar sempre tentando a todo custo chamar a atenção do pai, sempre falha, a questão central do filme é a autodescoberta de Ash para conquistar seu pai.


Ao decorrer do filme, o Sr Raposo percebe que está no sangue em que corre suas veias ser um ladrão de galinhas e isso trará consequências não apenas para a família, mas também para toda a comunidade de animais da região. Anderson, então, foca o filme nas interações sociais dos personagens, seus lugares na sociedade e expectativas.
Este filme possui uma cenografia e paleta bem singular, com tons amarelos, vermelhos e laranja, transmitindo uma tranquilidade e leveza de maneira artística.

Um filme construído a partir de metáforas e metalinguagens, que nos fazem pensar sobre o quão real determinada pessoa é, pensar sobre arte, tecnologia e até o próprio cinema. Esse filme é O Congresso Futurista, um longa que mistura live action com animação, abordando temas como a busca pela eternidade e pela juventude perpétua. Ele conta a história da atriz Robin Wright, interpretada por si mesma, que, em primeira parte, gira em torno de aceitar a proposta de "vender" sua imagem aos estúdios para se tornar eterna, porém ao mesmo tempo irreal e indisponível às escolhas dos produtos. A mudança brusca causada nas cenas de transição de live action para animação, nos dá a sensação de ser outro filme, porém com perspectiva futurista e utópica, e sucessivamente, a flexibilidade do real e o desejo sem limites para a criatividade da criação de personagem, o que traz consigo toda uma questão ética a proporção em que a tecnologia dá possibilidade para ser quem você quiser. Na segunda metade do filme, abordam-se temas como a atual sociedade virtual, mas claro, com metáforas. O filme em si levanta a questões como a liberdade de escolha e busca pelo real em meio ao irreal, o futuro, o o valor do ator e a busca pela eternidade.
Um filme que desce queimando pela garganta, sugere pensamentos críticos, e que induz a pensar sobre tecnologia e realidade.

A lista de animações destinadas para um público alvo mais adulto não acaba por aqui, pode-se falar de outros filme do gênero,  Rugas, Persépolis, A Pequena Loja de Suicídios, O Mágico, O Menino e o Mundo, e também curtas metragens como The House of Small Cubes, Doll Face, Destino (esse chega a ser perturbador), e muitos outros, que discutem assuntos sérios de modo geralmente leve e inclinando-se para arte.

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